Escolhi ler Walter Benjamin, depois de escutar Maria Rita
Kehl, apaixonadamente discorrer sobre o autor. No livro, Obras escolhidas, Magia e Técnica, Artes e Políticas, em “A Imagem de Proust”, veio a inspiração da postagem.
Algumas frases me chamaram atenção, como por exemplo, “Um
acontecimento vivido é finito, ao passo que um acontecimento lembrado é
infinito, porque é apenas uma chave para tudo o que veio antes e depois.”
Na história do meu passado, um fato grita na minha mente e implica o presente. Minhas ações são gotejadas por aquele passado, que me machucou de
forma tão leve, no qual outra frase faz sentido,
“As rugas e dobras do rosto são as
inscrições deixadas pelas grandes paixões, pelos vícios, pelas intuições que
nos falaram, sem que nada percebêssemos, porque nós, os proprietários, não estávamos
em casa.”
É ótimo uma leitura que possa dialogar com a nossa existência. Benjamin narrando Proust, trouxe sentido as experiências que vivi. Ontem mesmo, perguntei ao agressor/a o significado daquela história. A resposta foi o silêncio no qual posso fazer qualquer leitura, assim, a resposta veio por Benjamin:
“A atitude do esnobe não é outra coisa que a contemplação da vida, coerente, organizada e militante, do ponto de vista quimicamente puro, do consumidor. [...] O consumidor puro é o explorador puro.”
O consumir deve ser lido, "agressor/a, sarcástico/a, explorador/a".
Finalizo, concordando, em partes com o autor de que “Não
temos tempo de viver os verdadeiros dramas da existência que nos são destinados.”
Para mim, faz mais sentido, de outra forma - Não temos tempo de entender os dramas da existência,
porque mal acaba um entra outro.
Walter Benjamin: A História de Proust.