Esse é o título do livro que acabei de lêr. Trata da história de duas cantoras líricas negras, escrito por Sérgio Bittencourt-Sampaio, da editora 7Letras. Rio de Janeiro, 2010. possui 174p.
Quando comprei o livro pensei que iria encontrar a história de vida das duas cantoras que o escritor se propõe a escrever a respeito, Joaquina Maria da Conceição Lapa (Lapinha) e Camilla Maria da Conceição. Entretanto, o autor trata da música lírica no Brasil e como foi a inserção dessas cantoras. E retrata também alguns pontos bem racistas da sociedade brasileira.
A seguir deixo algumas partes do livro que me chamou atenção com conteúdos racistas daquela época.
Página 61
"A terceira actriz chama-se Joaquina Lapinha. É natural o Brasil e filha de uma mulata, por cujo motivo tem a pele bastante escura. Este inconveniente, porém remedeia-se com cosméticos. Fora disso, tem uma figura impotente boa voz e muito sentimento dramático."
"O naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, durante permanência na província de São Paulo (começo o século XIX), delarou que, no teatro local, os atores, na maioria mulatos, eram artesões, e as atrizes, prostitutas."O autor narra na pagina 62, primeiro parágrafo que "a pele escura era tida como defeito."
Esses dizeres encontrei enquanto ele escrevia sobre Lapinha.
Ao retratar a Camilla Maria da Conceição não anotei frases, mas acredito que foram menos.
Essa leitura me clareia o que ainda temos na sociedade brasileira, quando olha para o negro. Para essa sociedade o negro deveria ainda estar submisso aos caprichos dos brancos. Entretanto, os negros estão sobressaindo, estudando, trabalhando em locais de destaque. Mas, muitos ainda estão no submundo. O negro que ascendeu, ainda busca o clareamento. Isso é triste.
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