Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente, vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança,
do mal ficam-se as mágoas na lembranças,
e do bem (se algum houve), as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e, enfim, converte em choro o doce canto.
E afora esse mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto,
que não se muda já como se soía.
Au: Luís Vaz de Camões.
Poeta!
Eu queria entender essas mudanças.
Não a transformação do chão de manto verde em neve;
mas, do amor ao odio e indiferença,
diferença, que em relação ao tratamento,
são desiguais e contraditórios.
Outros tempos você também escreveu:
"O amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que doi e não se sente,
é um descontentamente descontente,
é dor que desatina sem doer."
Então, digamos que o amor não existe?
Pergunto, pois hoje me perguntaram sobre o amor.
E o amor?
O amor. Que coisa de amor é esse?
Esse amor que querem que eu defina,
com palavras, então uso as suas poetas,
mas quando me pedem a própria definição,
Eu me confundo toda.
Então, cá estou te indagando, o amor...
O amor existe?
Nenhum comentário:
Postar um comentário