Lendo o livro de Angela Davis, Mulheres, raça e classe, da Editora Boitempo; 2019; me deparo com uma situação que as mulheres, ainda hoje, vivenciam - o trabalho doméstico. Este trabalho é imposo a mulher como seu de direito. Ela gasta horas limpando, lavando, cozinhando e cuidando dos seus entes próximos de uma forma infindável. Este trabalho visto somente quando não realizado por aqueles que usufruem sem gastar tempo executando-o.
Em contato com mulheres jovens moradoras das regiões periféricas de São Paulo, elas tem se revoltado e se rebelado a esse papel que suas mães querem lhes atribuir. Fato que gera estresse tanto em suas mães como nessas adolescentes que se recusam a tomar para si esse papel. Papel esse desempenhado pelas mulheres, e muitos homens usufruem desse trabalho sem se dar conta do milagre do feijão cozido à mesa.
Esse milagre atribui a mulher o que Lenin diz: " as insignificantes e mesquinhas tarefas domésticas esmagam, estrangulam, embrutecem e humilham [a mulher], aprisionam-na à cozinha e ao quarto das crianças e desperdiçam seu trabalho em uma lida brutalmente improdutiva, insignificante, exasperante, embrutecedora e esmagora". (Vladimir Ilitch Ulianov Lenin. Panfleto originalmente publicado em julho de 1919, apud Angela Davis).
Temos entao, que já se passaram anos e as adolescentes jovens ainda estão se revoltando desse papel esmagador que a sociedade quer atribuir a mulher. É hora de revisitarmos essa situação.
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