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sexta-feira, fevereiro 01, 2019

Son of Saul – o filme

O filme é triste. Para assistir, dividi em dois momentos.  Escrevo essas linhas para reflexão.

A função do Saul era trabalhar no campo de concentração como “Sonderkommand”. Nessa função, executava as piores tarefas, tais como, acionar as câmeras de gás, colocar os corpos dos judeus na máquina de moer ossos e limpar as câmeras e máquinas.  Enquanto assistia, fiquei pensando na maldade do humano. O que o homem não foi capaz de fazer, ou é capaz de fazer, para se tornar superior. Creio ser por isso, que os alemães escondem essa atrocidade, presentes nas veias de cada um deles.  Fiquei pensando, como Deus cumpre as promessas. Ele prometeu a Abraão, que os judeus iriam se espalhar sobre a terra.  Embora, com todas essas atrocidades, este povo se mantém em pé. Além disso, não são pobres. Como dizia um judeu amigo para mim:
Os judeus venceram, mas para isso, uniram-se e lutaram para não serem exterminados da terra

Este judeu havia resistido ao campo de concentração. Ele tinha a marca que os judeus recebiam dos alemães. Alguns de seus parentes morreram nos campos de concentração. Ele também, fazia uma relação dos judeus com os negros. Ele dizia:
Os negros matam uns aos outros, os negros não se respeitam, os negros não se unem enquanto raça para mudar a situação social no qual se encontram.

Hoje, me aprofundando nas questões sociais e, nas dinâmicas realizadas pelos sujeitos para se sentirem superiores, concordo com a fala desse judeu. Fazendo uma relação do filme, principalmente, de Saul com alguns negro/as da atualidade, acredito que eles não fariam o mesmo. Do meu ponto de vista, pensariam apenas em salvar a própria pele. Não pensariam em rabino ou pastor, para uma oração no sepultamento do filho, dado que a morte naquele espaço, estava regularizada e simplificada. Penso que, alguns fariam como tantos outro/as, os quais viram as costas para suas origens e são cooptados pelo embranquecimento e classismo, com o objetivo de serem inclusos socialmente. 

Atualmente, está havendo um movimento social, em que os negros têm buscado a inclusão social e lutado pela dívida que a sociedade tem para com eles. Em vista disso, escuto afirmações, tais como, os negros querem privilégios. Se de um lado, há os negros que lutam pela inclusão social com justiça. Por outro lado, há os que rompem com suas raízes buscando mobilidade social. Inclusão e mobilidade  social questionáveis, dado que, trazem na pele o marcador social da diferença, independente do lugar que ocupam.  Como  mulher negra, acredito na transformação da sociedade.  Concordo com os profetas do tempo, um dia, "o povo do Norte pedirá abrigo ao povo do Sul," enquanto isso, vamos caminhando, buscando fazer diferença por onde andarmos.


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