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segunda-feira, março 04, 2019

Soneto XI: Pablo Neruda


TENHO fome de tua boca, de tua voz, de teu pelo,
e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado, [Emudecido]
não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra, [faminto]
busco o som líquido de teus pés no dia. [no cotidiano]

Estou faminto de teu riso resvalado, [invento amor.]
de tuas mão cor de furioso celeiro, 
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas, [Tenho fome]
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa. 

Quero comer o raio queimado em tua beleza, [da tua beleza morena.]
o nariz soberano do arrogante rosto, 
quero comer a sombra fugas de tuas pestanas [Quero comer tuas pestanas]

e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo [em outras,]
buscando-te, buscando teu coração ardente [e nelas]
com uma puma na solidão de Quitratúe. [só encontro SOLIDÃO]

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