Cada dia me desencontro.
Um desencontro na busca do eu.
O eu roubado no cotidiano.
O cotidiano ensimesmado.
Fechado como um ostra.
Nem mesmo deseja ser pérola.
Se pérola vão observar-me
Não desejo olhos sobre mim,
Quero o silêncio do Sol.
Quero escutar a sabedoria
Aquela que os passantes
Tentaram roubar-me.
Roubam-me os reais
Roubam-me os papers
Roubam-me os planos.
Mas com certeza não roubam meus sonhos
Aquele de aquietar-me frente ao sol
E ouvir e sentir sua presença marcante.