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sábado, junho 30, 2018

Embalagem da livraria Cultura



Lembrando Antoine de Saint-Exupery 

Colônia_ Alemanha

Colônia, Alemanha, foto de Augusto

Lembrança que machuca

Às vezes,a saudade  me envolve.
Lembranças emergem.
Dura em mim uma dor.
A dor do desrespeito,
insiste lembrar que sofri.
A dor da humilhação.
Dores invadem minha memória.

Sinto.
As lágrimas salgadas escorrerem.
O chão gelado em meu corpo
em suplício de Amor.
Amor que gera dúvida se existiu. 
Por isso, a lembrança maltrata e humilha.
Traições nas mentiras. 
Traição do território, da raça, da classe e do amor
Envolta em lágrimas a lembrança voltou.
Conto em notinhas, que vão e retornam.

De tempos em tempos.
As notinhas tentam dizer e não diz.
Retorna a lembrança que toca,
Envolve e denuncia o desamor.
Saudade inquietante, irritante
Me desperta o desejo:
de um amor de verdade.

Para você!



quarta-feira, junho 27, 2018

Paul Robeson e minhas reflexões

Em 1976 quando Paul Robson faleceu eu tinha menos de 11 anos. A cartilha que eu usava era a Caminho Suave em que as histórias eram distantes da minha realidade.  As crianças eram brancas e loiras, não me representavam. Por quase todos os lados que eu circulava não era a "menina" escolhida, a não ser no SESI 402 quando me chamaram para uma fotografia para expor que lá havia diversidade de raça/etnia. Todas as histórias contadas, geralmente, eram de pessoas brancas e não me representavam. Era como se o meu mundo fosse um mundo suspenso. 

Na televisão quando eu assistia, não havia uma tv na minha casa, as pessoas que eu via  e podiam me representar  eram sempre aquelas mulheres que estavam no papel de empregadas. Me lembro que assistia o Sítio do Pica Pau Amarelo, lá  também havia uma senhora negra é sua função era do lar, principalmente, limpar e cozinhar. Eram minhas representações das mulheres negras. Havia também nesta história o saci pereré. Eu escutava, não raramente, os meninos apelidando algum garoto negro como saci pereré. O único nome que era o melhor representante dos negros era o Pelé.

O tempo passou. As coisas mudaram. Hoje está  em evidências nomes que naquela época faziam histórias, mas elas não chegavam a nós. Digo isso porque somente hoje conheci a história de Paul Robeson.

Paul Robeson foi brilhante. Usou o seu talento por uma America sem racismo. Todavia, não percebeu  que colocava a mulher em uma situação de vulnerabilidade, dado o machismo do homem negro. Isso, não o desmerece, mas deve ser lembrado. O machismo e a  masculinidade do negro é lembrada nessa história, porque ainda temos resquícios desses na sociedade patriarcal, principalmente, nos países explorados pelos países centrais. Minha percepção ficou aguçada para tais fatos, ao ser exposta ao racismo, machismo e exclusão por um homem negro. Sempre retomo o acontecido porque foi aqui que cai em mim. A segregação existe, inclusive, entre os negros que buscam o clareamento. 

Deixo o link do  Filme de Paul Robeson,  vale a pena ao menos escutá-lo.

Paul Robeson
Eslanda


terça-feira, junho 26, 2018

Cabelos crespos



Como o meu cabelo é mutável estou aqui expondo sua mutação, e também um novo par de óculos da chilli beans. Vamos ver quanto tempo durará o óculos.

Bem, apenas marcando a minha passagem pelo tempo.

domingo, junho 03, 2018

Diego Rivera

É a primeira pintura que vejo de Diego Rivera.
Sempre li sobre Frida, mas ele me fica esquecido.
      Diego Rivera – Os semeadores. Acervo MASP


Cotidiano

A vida vai passando pela janela.
Tecendo em branco e preto o dia-a-dia.
Café da manhã, almoço, jantar.
Todos os dias são tecidos assim.

Um perfume agradável adorna a casa.
Uma tapete enfeita um cantinho.
Uma poltrona nos aquece na leitura.
O tic tac do relógio vai lentamente.

As vezes, sozinha.
Outras vezes, acompanhada.
Vejo os dias passar vagamente.
Neste vagar do tempo, penso na vida.

Ao debruçar-me sobre o pensamento.
Desalinho o cabelo já desalinhado.
Não olho no espelho, mas percebo.
O tempo está correndo no meu corpo.

Vida.