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quarta-feira, agosto 19, 2015

Um homem e uma bomba


O grito Eduard Munch
Um dia um homem fatigado chegou a mim e disse: - Estou cansado de brincar de amor. Com olhar perplexo perguntei – Como assim? Ele ainda mais perplexo que eu, respondeu: Vivi um amor de mentira, fiz juras de amor enganosos. Pasma e com os olhos arregalados, narrei. Vivestes de amor inventado, chorastes de mentira e amou de faz de conta. Isso é possível no Humano?

O homem resmungando respondeu: - Eu não sabia o que era amor. Perguntei: - Agora, sabes o que significa o Amor? Fixando em meus olhos respondeu: - Do momento em que aparecestes tive certeza que estava enganado. Meu coração está arrítmico, tudo se transformou. As cores ficaram mais fortes, o sol tem mais brilho. Todavia, tudo isso ocorre somente quando penso que estou ao seu lado.

Então desenhei no meu rosto um sorriso manso, pensando que minha alma busca um amor calmo, tranquilo e que arrebente em mim; o dois em um. Respondi: - Tens certeza que deseja o meu coração? Ele respondeu: - Não tenho dúvida, minha senhora. Então respondi ao homem: - Às vezes nem eu dou conta desse pulsar dentro de mim.  Você terá que ter uma força maior que este pulsar indomável. 

O homem, olhou fixamente em meu rosto e respondeu: - Eu não tenho dúvida de que eu darei conta, meu amor. Novamente, um sorriso estampou em meu rosto. Larguei nas mãos desse homem a minha bomba pulsátil. No primeiro descompasso, ele -  o homem - se assustou. Como menino correu e se escondeu atrás de uma dona que parece morna.  Uma menina descobrindo o Humano. 

A pobre menina denomina-se com um nome de queijo vulgar nas mesas dos Humanos, seja este pobre ou rico. Esse cognome que lhe atribuiu é para disfarçar as diferenças que existe entre os dois. Uma diferença que neste momento não discorrerei.

O homem tem-se reaproximado. Busco contar-lhe que tratei do indomável. Sinto o medo desenhado em suas idas e vindas. Enquanto isso, o indomável tem olhado os Humanos e notado quantos vivem de amor inventado. O verdadeiro Amor é indomável, pulsátil e cheio de novidade de vida. Todavia, o dois tem que se tornar um para ser domável. 

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