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quinta-feira, junho 22, 2006

Revivendo

Il baccio
Francois-Auguste-René Rodin

Eras triste ...

Sem sorriso... Completamente na escuridão.

O sol não invadia seu quarto.

Não recordavas o som de sua voz

Suas roupas sempre as mesmas sem ter sentido em trocá-las...

Bati em tua porta!!! Esperei horas... Não me respondias...

Retirava-me trazendo a esperança...

Esperança de mostrar-te a luz, nem se fosse por uma fresta da janela.

Retornava... Retornava com a certeza de encontrar-te com vida...

Tinha medo que dormirias para sempre. Medo.

Medo que não suportasse.

O tempo passou.

A espera não me incomodou.

Ouvia seus passos em direção a porta.

Certamente abrira, eu pensava...

Não. Não dessa vez. Retornavas.

Achastes força deixando a porta aberta me permitindo entrar.

Entro!!! Vejo-te. Engordastes da ociosidade da solidão...

Não quer que eu lhe veja... Negas a dirigir seu olhar.

Tímido.

Não. Não quero falar...

Não tenho nenhum assunto.

Eu te trago o assunto.

Você!!!

Você Homem. Você o Homem.

Homem sozinho.

Levanta. Venha ver a luz do dia

Não quer arriscar. Pego meu espelho...

Abro uma brecha na janela e lhe mostro a luz do dia...

Através do espelho olhaste o dia....

Dirige-me seu olhar... Sorri!!!

Admira-se!!!

Tanto tempo não via a luz do sol...

Admirou-se porque através dela pode notar sua face.

Veja! Como você é belo!!!

Arriscastes um sorriso.

Abro a janela

O sol ilumina seu quarto...

Imediatamente se prontifica a modificá-lo

Aceito. Magnífico.

Busquemos os belos ornamentos que tens no quarda-roupa...

Vamos observar a beleza da natureza...

Natureza outrora sufocada na solidão do Quarto Escuro.

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