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terça-feira, novembro 29, 2005

Cenário pronto

Procura-se alguém

Que escute teus lamentos e sonhos

Seus sonhos são sós seus, nada pode ser acrescentado.

Vejo-te chorando pelos sonhos

Queres que eles sejam realizados

Não olhas em volta

Você grita por seus sonhos

Sonhos, sonhos, sonhos. Como realizá-los!

Você dormiu não viu a vida passar

Talvez o sonho que queres aconteceria

Sua mente fixa no sonho não percebeu

Não realizou algo essencial para torná-lo real

Estás perdendo a calma, correndo.

Sufocado pela ânsia de materializá-los

Choras, esperneia, grita na janela.

Fala aos amigos e errantes

O tempo passou, está passando, vai passar.

Novamente. Não paras, para observar.

Acreditas que fizeste de tudo

Deixou a vida escapar

Queres o sonho

Nas apresentações fizestes almoços e jantares

Esquecias a velas para iluminar

Fez o palco sendo o protagonista principal

A artista tem que conhecer o trivial

Tirou todo coadjuvante

Escreveu o dialogo pautado no sonho

Um, dois, três, quatro, cinco, seis.

Muda o cenário, a mesma peça.

Mantém a artista; chamas outras para testes.

Não serve. Mantém.

Sete, oito, nove, dez, onze.

Destrói o palco

Demite a artista, muda o cenário.

Tem a peça toda escrita...

Não pode ser mudado nada

Choras. O tempo está passando

Cenário novo, peça antiga.

Sempre no mesmo papel – o principal

Chamastes a mesma artista

Ofereces o mesmo papel

Reescrevemos, construiremos cenários.

Ação. Murmuras o sonho

Doze, treze, catorze, quinze.

Para. Para. Não serve.

O papel já está escrito. Quero o sonho.

Desesperado, correndo, suado.

Apaixona-se, presenteias. Veloz

Corre novamente o risco de passar.

Um, dois, três, quatro, cinco, seis.

Sete, oito, nove, dez, onze, doze.

Treze, quatorze, quinze...

ACABOU...

A peça do sonho não realizou.

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